
Existem provavelmente tantas formas de Agricultura como Agricultores. Ao longo dos últimos vinte anos os responsáveis pela gestão da herdade do Freixo do Meio foram desenvolvendo o seu prprio modelo inspirados essencialmente pelas Éticas/Técnicas da Agroecologia, da Permacultura e da Soberania Alimentar.
O resultado é a tentativa de estabelecer modelos suportados por ecossistemas naturais, redesenhando a agricultura à imagem da natureza, que permitam colheitas adequadas à realidade social actual.
A ciência ecológica é fundamental na agricultura porque esta é a cima de tudo um sistema biológico. As Ciências Sociais também o são por ser o ser humano um elemento primordial no sistema. Na era em que a ciência passou a promover a tecnologia o desafio só pode ser a procura de eficiência através de processos naturais que nos proporcionem o máximo de Bem-estar e que permitam receber dignamente as futuras gerações.
Os princípios fundamentais cuja concretização se procura dia a dia na herdade do Freixo do Meio são os seguintes:
- Actuar como empresa social, procurando melhorar a comunidade em que vivemos acima de tudo;
- Valorizar e dignificar as pessoas que colaboram com a empresa;
- Promover o emprego estável dos residentes locais;
- Tratar o lucro como uma condição e não como um objectivo a maximizar;
- Construir solo vivo e saudável através da utilização de práticas como a rotação anual de culturas, o uso de composto, culturas de cobertura do solo, adubação verde e mobilização mínima;
- Praticar Agricultura Biológica certificada segundo as normas Europeias (Reg. (CE) 834.2007);
- Em prol da saúde dos solos, das pessoas e dos ecossistemas, rejeitar o uso de agro-tóxicos de síntese química como pesticidas, herbicidas, fungicidas, e fertilizantes;
- Rejeitar a utilização de organismos geneticamente modificados OGM’s, de recursos sintéticos, tóxicos e de radiações, em todas as etapas de produção e nas operações de pós-colheita;
- Gerir os animais e todos os seres vivos da herdade, numa perspectiva de elementos do ecossistema, respeitando as suas características e funções;
- Alimentar os ruminantes (vacas, ovelhas, cabras, cavalos e burros) exclusivamente com fibras naturais, como pastagem natural, germinados, feno e palha;
- Alimentar os omnívoros (porcos) e os granívoros (perus, frangos, galinhas e gansos) com dietas adequadas, essencialmente através de cereais, pastagens natural, germinados, frutos, e de hortícolas;
- Não utilizar alimentos com OGM’s, antibióticos, ivomectrinas ou hormonais sintetizadas, bem como todas as substâncias proibidas;
- Conservar e potenciar os recursos naturais, como o a biodiversidade, o clima e a atmosfera, diminuindo a erosão e a poluição do ar, dos solos e das águas, através da aplicação de técnicas correctas;
- Criar e preservar raças autóctones nacionais e utilizar sementes e variedades vegetais locais sempre que possível;
- Maximizar o valor nutricional dos alimentos, através de uma colheita e abates efectuados nas alturas mais apropriados;
- Praticar o processamento mínimo dos alimentos, suficiente para preservar ao máximo o seu valor nutricional. Não usar radiações, ultrapasteurização, aquecimento excessivo, aditivos sintéticos ou derivados de OGM’s;
- Incluir todos os ingredientes no rótulo do produto;
- Gerir e usar a água de uma forma responsável;
- Minimizar o impacto ecológico da herdade, usando o máximo de energias renováveis;
- Reduzir o número de quilómetros efectuados vendendo mais localmente;
- Promover e gerir espaços que permitam a existência de vida selvagem em pelo menos dez por cento da herdade;
- Garantir a higiene e segurança alimentar dos alimentos produzidos;
- Garantir segurança no trabalho;
- Ajudar a promover o mundo rural;
- Desenvolver e partilhar conhecimento em todas as áreas;
- Actuar de forma ética no mercado;
- Não praticar especulação comercial;
- Determinar o valor dos produtos através do custo de obtenção dos mesmos;
- Promover e cooperar com a investigação científica;